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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
![]() Desoleé
Você muda vira a mesa revira os papéis me vira as costas. Você vai voltar vai ler, reler, saber engolir a seco se perguntar algumas coisas vai esquecer. * * * * * * * * * * * * * * * * * * Eu preciso contar. Vocês nem sempre precisam ouvir. Eu tenho entregado muito de mim a nada. Sinto-me usado, invadido, roubado, enganado. Melhor, eu fui vencido. Ela me venceu. Jogamos um jogo sem regras, aberto. Ela deu a largada, mas eu corri demais, achei que a chegada não era o final, me cansei, caí, levantei, chegamos. Ela deu as cartas, mas eu cavei demais. Minhas mãos estão cheias. Eu gostei de alguém! Não, não gosto de alguém assim. Eu amei alguém e minha vida se dividiu em duas. Alguém que não é o que diz, que sabe falar, mas não sabe ser. Alguém como eu. Egoísta, sem perceber. Talvez todos nós precisemos de egocentrismo, só eu não percebo. Eu vivi preso ao medo de dar algo que não posso receber e pago por deixar tantas palavras na minha gaveta. Pensei em mudar, ser outro, mas outras mãos me seguraram. Hoje eu percebo que amei o que construí dentro de mim. Nós construímos uma cena que não sabemos interpretar. Amei como alguém que toma um susto e derruba um copo, joguei o que tinha nas mãos no chão. Amei não, eu amo, agora posso dizer isso. Mais importante do que isso, é que entendi o ditado: Quando um não quer, dois não brigam. Melhor ainda é saber que estou saindo mais forte do que entrei, e de que não estou só. Vou embora sem trazer lembraças, não levo fotos, só trago minhas palavras, minha música, e a permanente sensação de que ainda preciso de alguém. Eu estou, “stranger”mente bem.
Closer - Perto Demais - Eu te amo!
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