domingo, 28 de setembro de 2008

Tudo passa ².

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Já dizia uma "amiga" minha: Tudo passa, se não fosse assim, seria preocupante.

Era apenas mais um fim de semana normal. Sábado, dia de sair, decidi ir pro show de Jammil e Natiruts. Nem faz muito meu tipo, em essência, mas era mesmo pra me divertir e esquecer dos problemas. Festa tava massa, clima legal, pessoas bonitas, muito álcool na cabeça (Príncipe Maluco) até que meus olhos encontram o olhar mais doce daquele lugar². Ana "Nói" Manoela Baqueiro foi meu próximo ponto de parada na festa, e apesar de não ter conversado tanto com ela, porque o som tava muito alto, acabou alegrando minha noite ainda mais. Lembro que uma vez uma amiga minha escreveu que adora quando faço minhas caras e bocas só na kengagem, e agora posso falar o mesmo pra Nói. Não precisou nem perguntar, acredito que ela simplesmente tenha percebido o quão feliz fico quando ela está comigo. Ela tava com cheiro de piriquita! (^^) Encontrar você por ai, perdida no mundo foi uma das melhores coisas do ano, será uma das primeiras coisas na retrospectiva da minha vida. Se eu soubesse que você era tão adorável, teria me aproximado antes. Se você soubesse o bem que me faz, não iria embora nunca.


Tanto tamanho não é o bastante. Ela é meu 2.


Um domingo especial. Show de Marcelo Camelo na Concha Acústica. Eu sabia que ela iria, mesmo com o atraso, que só fez o momento do primeiro abraço da noite ficar ainda melhor. Ela veio radiante. Aquele sorriso lindo, maquiagem nova, abraço gostoso e cheiro de Nara(*-*), Naraiana Costa. O show foi ainda melhor com ela do lado. Chorou. Não sei o porquê. Não ousei perguntar. Forcei um abraço, mas não sabia se era disso que ela tava precisando. Às vezes queremos ficar só. Foi a primeira vez que ela me machucou, vê-la chorar e não saber o que fazer. Mãos dadas, ouvindo as músicas, papo furado e abraços no ponto de ônibus, ela fechou meu final de semana com chave de ouro, ainda que com lágrimas, e meu amor só faz aumentar. Se eu soubesse que você é tão especial, não teria te achado uma piriguete logo que te conheci (^^). Ela me fala sobre o trabalho, código de ética, caronas, inveja. Vai trabalhar de blazer! Eu sim tenho orgulho de você. Dessa sua vontade de ser útil, de trabalhar. Eu não vou te deixar, não vou mudar com você.

Seu pouco tamanho esconde a sua grandeza. Ela é meu S.



Amo vocês, por demais.

***


"É de imaginar bobagem
quando a gente liga na televisão
toda dor repousa na vontade
todo amor encontra sempre a solidão..."

Téo e a Gaivota - Marcelo Camelo



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sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Meu pedacinho


Talvez poucos de vocês saibam, mas esse ano eu perdi um pedaço de mim. Minha avó materna, depois de um tempo de crise (na saúde) faleceu. Eu ainda lembro que eu estava em mais um dia de rotina, que só não foi tão normal porque estava fazendo uma visita no Pelourinho. Estranho foi ver um oficial me procurar, ainda mais pelo oficial que foi, no meio do Pelô e me dar a notícia. Demorei um pouco pra me dirigir ao hospital porque necessitava de uma viatura pra deslocar, tendo em vista que estava fardado. Durante esse tempo de espera da viatura, das poucas coisas que lembro foram de alguns amigos perguntando o que aconteceu e do meu Comandante de Companhia falar: "Você é bem forte...". Talvez ele não soubesse que eu ainda não tinha acreditado no que tava acontencendo. Foi a primeira vez que perdi alguém tão próximo.

Até então eu não sabia como agir, o que falar, só fiquei pensando no porquê. Na verdade eu já imaginava que um dia isso fosse acontecer, que seria melhor pra ela, que já tinha vivido o que tinha que viver, tinha criado todos os filhos e netos, melhor ir do que ficar e sofrer as marcas do tempo.

A minha avó materna praticamente me criou. Me deu muito do que tenho, me ensinou quase tudo que sei, era parte grande de mim. Eu não sei como, mas eu ainda lembro perfeitamente de 17 ou 18 anos atrás quando ela me colocava no colo pra me dar o mingau. Das músicas que ela cantava, das novelas que assistiamos juntos, das manhãs alegres que ela tocava bandolin na porta de casa, dos aniversários que ela estava comigo, das aulas de teclado, das piadas que ela contava a mesa, das perguntas repetitivas que ela sempre fazia, dos casos que ela contava, dos filmes que ela assistia na noite anterior e sempre fazia questão de me contar o final, das ajudas nas lições de casa, dos dias das avós, das diversas boas ações que ela fazia. Minha avó foi um exemplo de pessoa, a melhor que já conheci até hoje.

O que mais me dói nisso tudo é a mania da minha família de esconder algumas coisas. Eu nunca soube realmente quão mal minha avó estava até ver o resultado do seu câncer. Ela sempre foi gulosinha, doida por doces, e eu só soube mesmo que ela estava mal quando percebi que nem pra isso mais ela levantava. Ela se foi e eu não tive a oportunidade de visita-la no hospital enquanto ela estava internada porque nem ao menos sabia disso. Não a vi nos seus ultimos momentos, não te dei um último beijo na testa como costumava fazer.

A pouco tempo atrás ainda encontrei uma corrente que ela me deu assim que eu nasci, e tive o desprazer de ser assaltado e perde-la. Eu preferia ter perdido tudo a aquela corrente. Era uma lembrança sólida, algo que precisamos. Porém a alguns dias atrás tive a felicidade de receber de minha mãe algo que até eu desconhecia, uma poesia que ela fez quando eu era menor, num papel antigo, com sua letra rebuscada, bem desenhada e a sua sinceridade. Ainda há minha avó no papel.Bom, transcrever-la-ei:



"Afago ao amanhecer

Com muito cuidado te afago em meus braços
Tento assim te aliviar do cansaço
Tudo é ternura, tudo é emoção
Ouço o bater do teu coração

Sinto por ti uma grande ternura
Dentro de mim tudo é doçura
(Te olho outra vez e te sinto respirar)
Seu rosto suave me faz desejar
Deitar em teus braços
E contigo ficar

Sinto por ti grande amor e afeição
E te sinto respirar num sono profundo
Gostaria de dizer-te
Sou a avó mais feliz do mundo. "



Ai Norminha, se você soubesse o quanto isso é recíproco. Lembro de muita coisa, mas não lembro da última vez que eu te disse eu te amo. Infelizmente a vida me fez assim, duro e fechado com a família, mas se eu tivesse direito a só mais um pedido, seria de te acordar com um cheiro no pescoço e um beijo na testa, te cobrir e desligar a televisão, como costumava fazer. Até mais.




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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Viver com pouco.


"...Eu nunca fui de viver com pouco. Sempre procurei ir muito fundo em tudo, com as pessoas. Mas acho que agora, vou ter que me acostumar, com essa situação de humilde emocional, de dar pouco de mim, evitar a fadiga. Não sei se estou bem sozinho, mas também não sei se estaria bem acompanhado..."






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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Lugar seguro.


Os animais, quando se sentem ameaçados, normalmente, tentam reagir, atacar, fazer a ameça cessar. Ao exemplo do cão de rua, que geralmente, teme a presença de todos pois ao longo da sua vida foi excluído, abandonado, e por muitas vezes maltratado.

Tenho me sentido, estranhamente assim. Amedrontado, abandonado, maltratado, e sei, que o maior sofrimento disso vem do fato de que, eu, na maioria das vezes, permiti que acontecesse. Pular de cabeça, intensidade, ansiedade. Tudo isso sempre tirou minhas defesas contra algumas decepções, que normalmente todo mundo tem que encarar. E assim como o cachorro, eu tenho tentado reagir, contra-atacar esse meu lado indefeso, na esperança de não sofrer tanto, ser mais forte eliminando seu lado mais fraco. Não é a primeira vez, e talvez nem seja a última, mas sei que não funciona assim. Eu sou assim e deixar de ser não vai resolver completamente.

Talvez, pra evitar que tudo aconteça novamente, eu simplesmente passe a viver de um lugar mais seguro.

"...é Deus, parece que vai ser nós dois até o final
eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro..."




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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O fim das metáforas.




"...Então tá bom!
É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça, suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim

Tá legal!
É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?
'Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim
Tão longe de mim

(Pois então) vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar..."

Ana Carolina - Vai

Vai, você sabe voar.


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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ao passado...um brinde.


"Tudo se perde, do mesmo jeito que se encontra.
Tudo se perde, do mesmo jeito que se ganha.
Tudo se perde, quando não se quer jogar..."

Uhuuu, mais uma vez campeão.


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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Amor Livre

" Amor livre, não é, como alguns pretendem e e outros julgam, as relações sexuais havidas de momento em praça pública. (...) É um todo formado por duas pessoas que se completam. (...)
Vivem juntos porque se querem, se estimam no mais puro sentimento de amor; vivem juntos porque é essa sua vontade e não estão ligados por determinação alheia nem por interesses que a um digam respeito. (...)"

Antonio Altavila
(A voz do trabalhador, 1-02-1915)

Dizem, metaforicamente, que é ter alguém de gaiolas abertas. Eu prefiro, e tenho experimentado, dessa metáfora:


(Foto: Google Fotos)


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Daniel, 22 anos, libriano de carne, osso e acordes. Começa a escrever quando acha que não se deve deixar pra trás o que sente. Geralmente está na fossa. Caso não encontre-o lá, procure-o nas nuvens. Uma mistura de "sabe-se lá o quê" com filhote de sabiá. Pois bem, não sei o que sou. "...eu costumo ser o coadjuvante da vida, de todos."


Afinidades:

- Abordagem Policial
- Essência no Ar
- Ócio Não Filosófico
- Café do Dom
- Muito Gelo
- Pensar Enlouquece
- Blitz Policial
- Nana de Souza
- Intense
- O Alcançe da Promessa
- Badengarden Reis
- Contos no Papel
- Pitta
- Max da Fonseca
- Layz Costa
- Trágico Efeito
- Naraiana Costa
- Caio Melo - Filipe Medeiros






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